quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mísero Orkut


O galã chegou na universidade.
Ele era a novidade.
Bonito, arrojado e elegante, além de transpirar vigor.
Todas o queriam.

Era o bãm bãm bãm. Festa também era com o bonitão.
Porta-voz da turma, GPS da galera. Onde ele indicava, todos iam: VIROU PROMOTER!
Recebia muitos recados, mas respeitava a privacidade alheia. Os seus depoimentos mais íntimos eram vistos como um bem inviolável.

Na medida em que sua popularidade aumentava, novas mulheres começavam a desejá-lo.
Ele era egocêntrico, nada anormal levando em consideração o seu rol de qualidades.
Começou a agarrar todas. Novas e velhas. Altas e baixas. Gordas e magras.
Ficou sem critério. Virou político: só queria saber do número aumentando na sua urna de narciso. Foi eleito o mais desejado, o de maior utilidade: O FAVORITO!

Estava sendo visto como galinha, mas tinha lá seu charme.

Até que certo dia resolveu mudar o visual. Quis se tornar mais moderno.
Colocou uma calça colada, um tênis colorido.
Perdeu a graça. Tornou-se confuso.

Não sabia mais o que queria... e ainda não sabe.
Este rapaz chama-se ORKUT.
E se assim como ele, você se acha insubstituível no que faz, tenha a certeza que a qualquer momento pode surgir um FACEBOOK em sua vida.